sábado, 19 de setembro de 2009

Novas tecnologias, novos espaços, novas metodologias

Aplicar as diferentes tecnologias digitais da comunicação e da informação na educação vai muito além de uma sala bem equipada com os mais modernos equipamentos. É necessário utilizar as tecnologias como instrumentos de interação, não só na sala de aula como também nos novos espaços de ensino-aprendizagem. É o que nos ensina José Manuel Moran, professor de comunicação da USP, doutor em comunicação e especialista em inovações na educação presencial e a distância. Abordamos aqui um artigo seu publicado na Revista Diálogo Educacional, também disponível na internet, intitulado “Os novos espaços de atuação do professor com as novas tecnologias”.

Moran diz que, apesar de muito se falar do uso de tecnologias na educação, a metodologia continua a mesma de sempre. Para bem utilizar os recursos tecnológicos, é necessária uma nova didática por parte do professor e isso implica em aprender a gerenciar os novos espaços possibilitados pela tecnologia. São eles: a sala de aula bem equipada, o laboratório conectado, o ambiente virtual e o ambiente experimental e profissional.

A sala de aula bem equipada continua sendo o espaço por excelência do processo de ensino-aprendizagem. No entanto, mais do que equipamentos, é necessário um professor bem preparado e com uma nova postura. O professor não é babá dos alunos, mas sim um provocador. Seu papel é o de auxiliar os alunos ora organizando o conhecimento, ora desorganizando. Este movimento é necessário para que haja sempre uma superação do conhecimento adquirido.

No laboratório conectado, o professor deve ensinar os alunos a utilizar a internet como uma poderosa ferramenta de pesquisa. A importância do uso da internet no processo de ensino-aprendizagem é fundamental quando se parte do pressuposto de que os alunos são pesquisadores. Para que o uso deste espaço seja bem sucedido, é necessário que o professor seja capacitado para tal.

O próximo espaço referido por Moran é o ambiente virtual. Este espaço possibilita a desterritorialização e a atemporalização. Ou seja, o aprendizado não fica condicionado ao espaço físico da sala de aula nem ao tempo da aula. Em qualquer lugar onde o aluno possa se conectar à internet é possível que ele esteja em processo de aprendizagem. É importante que tudo que for feito no ambiente virtual (discussões em chats ou fóruns, por exemplo) seja retomado na sala de aula.

Por último, Moran fala sobre o ambiente experimental e profissional, que seria algo semelhante aos estágios supervisionados exigidos pelos cursos superiores. O estágio permite que o aluno sinta na prática o que aprende na teoria e que enriqueça seus conhecimentos teóricos com a prática. Sendo assim, seria interessante que desde o início do curso o aluno tenha acesso a esse espaço.

Cabe ao professor, como coordenador que é do processo de ensino-aprendizagem, saber gerenciar e utilizar estes diferentes espaços, indo além da presença física em sala de aula. Só assim a educação responderá aos novos desafios de uma sociedade cada vez mais dependente das tecnologias digitais da comunicação e da informação.

Referência Bibliográfica

MORAN, José Manuel. Os novos espaços de atuação do professor com as tecnologias. Revista Diálogo Educacional, Curitiba, v.4, n.12, p. 13-21, maio/ago. 2004. Disponível em http://www.eca.usp.br/prof/moran/espacos.htm. Acesso em: 19 de setembro de 2009.

Um comentário:

  1. Quando falamos em novas tecnologias o assunto de maior discussão é a inclusão digital. A inclusão digital exige dinheiro, infraestrutura, acesso a internet, cultura e treinamento. Não é um processo simples ainda mais num país como o Brasil, com tantos problemas sociais, culturais e econômico.
    Para um país garantir a inclusão digital de forma sustentável além do acesso as novas tecnologias, é preciso que haja uma visão sistêmica e globalizada que perpassa pela inclusão social e cultural que beneficie toda à população.

    Professor Jorge Panta

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